Reflexionalista
Patrick de Oliveira
se eu fosse tão limpo quanto as ondas insistem, seria perfeito
se eu estivesse no controle pra onde meus pensamentos me dirigem
No final, meus demônios sempre se contradizem
Aprendi a conviver em harmonia no caos ao deixar que meus brilhos nos olhos me aliviem o éden é a favela cria
e o que a favela cria?
todos nós, deuses, desde o baile
a igrejinha
nascemos com esperança na pele frutos de uma noite de aventura sem camisinha
e muitos estão que nem dora, procurando seu rumo até hoje
muitos estão que nem dory, esquecendo tudo numa sexta à noite e enquanto o copo enche
não nos damos contas das nossas dores ou do porquê deixamos nossos vícios ultrapassarem os nossos valores
aqui, a prosperidade infelizmente não está numa loja de penhores, mas observamos a felicidade no sorriso das senhoras e senhores mais conhecidos como tio e tia
nos conhecemos com dúvidas, mas sempre nos tratamos como família
valorizamos coisas pequenas como chegar em casa e poder abraçar a filha, mas também somos dignos de poder e, quem diria, pretos vencendo e favelado lutando pelo seu semelhante
algo de animar o dia
temos medo de nós mesmos?
ou medo de ser no desespero algo que o meu próximo me forçaria?
ou por ser influenciado pelo calor do momento?
no calor uma cerveja gelada e churrasco essa tal de poesia em movimento no inverno
reclamação do descaso e poesia de enfrentamento e até um café quente ou uma sopa sopa que pode ser a única coisa pra forrar a barriga o que aliviaria ter uma moto novinha?
ou ao menos ter uma roupa?
posso te dizer que os dois são mais comuns de se sonhar
tenho medo de sair na avenida quem dirá ir nessa tal de beira-mar, mas eu vi que o parceiro de um parceiro foi pra lá depois que estourou muitos dizem que foi cantando que já tinha ido e mentindo pra mim não mentiu ele só sonhou somos escritores de sonhos visados por um ódio medonho com a nossa exigência de direito sendo ironicamente colocada como mais um favelado querendo aparecer e pedindo um favor.