Filosofia da Música • Pitágoras de Samos

Filosofia da Música • Pitágoras de Samos

Cerca de 580/78-497/6 a.C.

Para encontrar informações precisas sobre Pitágoras, não é tão simples, pois não existem, já que ele não deixou nenhum documento escrito. Seus discípulos, que tinham igualmente o compromisso de manter os ensinamentos em segredo, nada escreveram. Foram alguns filósofos pitagoristas posteriores que, envolvidos pela influência das ideias de Pitágoras, iniciaram a redação de alguns dos textos filosóficos, os quais servem de referência ainda hoje.

A coleção Os pensadores, no volume Os Pré-Socráticos, é uma introdução ao tema e neste post sobre Pitágoras, destaco a música e sua principal descoberta ao relacionar valores numéricos e sons.

Filosofia da Música • Pitágoras de Samos
Tetracórdio

“Pitágoras foi o primeiro a descobrir as Leis do Som. Ele criou o sistema dos sons sobre unidades, a oitava e o tetracórdio (4 sons que formam um intervalo de quarta). Contrariando o método atual, que distingue as escalas e intervalos ascendentes, os gregos contavam para baixo, dividindo variadamente o tetracórdio e foram criadas três classes de séries, denominadas diatônica, cromática e inarmônica, a primeira das quais considerou-se das mais importantes. Esta série pode transcrever-se com as notas: Mi RÉ, DÓ e SI. A série diatônica está sujeita no tetracórdio, em vários agrupamentos pelas diferentes colocações do semi-tom, e origina Modos. Unindo tetracórdios similares e agregando um intervalo quando era preciso, criava-se uma oitava. Exemplo:

MODO DÓRIO

LÁ   SOL   FÁ   MI

MI – RÉ – DÓ – SI. Seu maior descobrimento foi provavelmente a dependência dos intervalos musicais em relação às proporções aritméticas do comprimento das cordas com a mesma tensão, assim: 2:1 dava a oitava; 3:2, a quinta; e 4:3, a quarta.

Esse descobrimento musical realizado por Pitágoras teve repercussão em toda a escola pitagórica.

Sua ideia do universo era a de um imenso monocórdio, cuja corda ligava no topo, o espírito e em baixo a matéria.

Para Pitágoras, a música era uma das ciências divinas das matemáticas. É importante sublinhar que as observações dos pitagóricos tiveram caráter puramente empírico: previram apenas os diferentes comprimentos das cordas do heptacórdio (sete cordas) ou lira, era considerada como o símbolo secreto da constituição humana: o corpo do instrumento representava a forma física, as cordas, os nervos e o músico, o espírito, nos mistérios egípcios.” (MEDRANO, R. J. Pitágoras e seus Versos Dourados: a vida de Pitágoras e os comentários aos Versos Dourados. São Paulo, 1993.)

Referências:

MEDRANO, R. J. Pitágoras e seus Versos Dourados: a vida de Pitágoras e os comentários aos Versos Dourados. São Paulo, 1993.

Os Pré-Socráticos: fragmentos, doxografia e comentários. São Paulo, Nova Cultural: 1996.

Fotografia do tetracórdio


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