Expresso Periférico apoia o Manifesto da Expedição CoMMúsica

Expresso Periférico apoia o Manifesto da Expedição CoMMúsica

“O Expresso Periférico nasce da inquietação de um grupo de militantes e ativistas por educação, cultura, saúde, moradia, enfim, direitos humanos e cidadania, da região da Cidade Ademar, Pedreira e Jabaquara.

A proposta do periódico é trazer contribuições e reflexões para o debate e formação política acerca de diferentes temas e assuntos importantes para a população da nossa região e até para outras regiões adjacentes. Com uma população estimada em mais de 410 mil habitantes (Censo de 2010), somando-se a população de Cidade Ademar e Pedreira, mais quase 224 mil de Jabaquara, estamos mediante um público de mais de 630 mil pessoas quando são levadas em conta essas duas subprefeituras da cidade de São Paulo. Acrescentam-se alguns outros milhares que circulam entre as bordas da cidade de São Paulo e Diadema, município com que essa extensa região faz limite de território e com tantos problemas em comum.

Nossa ideia é, portanto, criar um elo de comunicação, reflexão e debate permanentes, na busca por divulgar e mesmo incitar ações que visem a transformar a realidade das pessoas, na luta por melhorias na vida dos trabalhadores e trabalhadoras que moram ou atuam na região.”

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Para saber mais sobre o projeto, leia os Editoriais do Expresso Periférico e, em um desses editoriais, o Expresso Periférico demonstrou seu apoio ao projeto da Expedição CoMMúsica ao compartilhar em seu site o nosso Manifesto:

Manifesto da Expedição ComMMúsica – Conexão entre as quebradas

 

Reproduzimos aqui o Manifesto:

A cultura participativa é construída pela colaboração entre os indivíduos. Por Dênis Patrik, Grivan Narvig e Elizabeth Del Nero

A cultura participativa é construída pela colaboração entre os indivíduos, resultando em uma inteligência coletiva e é única para a aprendizagem musical, produção, divulgação e continuidade entre os participantes. Viver a cultura participativa das quebradas é uma das experiências mais originais para entender a economia marginal. Como fazer viver a música, com os recursos que faltam?

A integração entre produtores e consumidores de mídia faz os artistas serem os profissionais de mídia, comunicação e marketing. O hip-hop, reggae, trap, samba, rock, punk de periferia estão estabelecendo algumas linhas de atuação para a música e a divulgação, principalmente movidas pelo isolamento e afastamento pessoal motivados pela pandemia. A produção musical não para, mesmo com as restrições impostas pelo vírus. O uso das plataformas para a veiculação de lives, divulgação de clipes, assim como o compartilhamento de músicas são os recursos de continuidade e de interação neste momento.

No Brasil, em 24 de março de 2020, São Paulo e Rio de Janeiro decretam a quarentena e tem início o longo isolamento que ainda vivemos. E nesse tempo, estamos aprendendo que é possível viver sem ir a restaurantes, bares, shoppings; que é possível ficar mais em casa; que podemos viver sem tanto contato humano presencial, consumindo menos e sendo mais solidários.

Entendemos também que seria impossível viver sem algo muito importante em nossas vidas: A arte! Nessa última década, surgiram muitos debates que questionaram a importância da arte, dos artistas e a validade e importância das profissões envolvidas e, durante a pandemia, o debate público passou a questionar como viveriam os artistas independentes, durante o isolamento. Devido à quarentena, muitas pessoas se viram isoladas e perceberam como a música, o audiovisual e artes em geral são imprescindíveis para a saúde mental, principalmente numa sociedade onde a internet e tecnologia dominam as relações sociais e informativas.

As lives, saraus on-line, lançamentos digitais e encontros sociais através de diversas plataformas tornaram-se necessários e, nesse cenário, os artistas precisaram se adaptar e buscar novos recursos digitais que aproximassem sua arte do público e buscar formas de angariar recursos para a sobrevivência.

Desde a ascensão da internet, redes sociais e canais de áudio e vídeo, a música tornou-se mais acessível. Aos poucos, muitas pessoas deixaram de consumir discos, fitas e CDs  para ouvir música on-line e em aparelhos digitais. Por mais que a divulgação e o acesso à música tenham se tornado mais fáceis para os artistas independentes, por outro lado, a indústria fonográfica também precisou se adaptar para seguir crescendo com a chamada música comercial. E a indústria cultural segue considerando a homogeneização do gosto, concentrando lucros para as grandes corporações ao lado de um mercado independente expandido pelo acesso à internet. Dentro de um mundo capitalista, a lei de “quem tem mais, impera” e do marketing musical, músicas quase sempre vinculadas a bens de consumo e padrões estéticos chegam cada vez mais aos ouvidos das pessoas de forma instantânea.

A atual música comercial propõe temas repetitivos que dominam o mercado fonográfico e os ouvidos da população. Impedem que as pessoas conheçam músicas novas e com temáticas diferentes através de um marketing agressivo, dominando até mesmo o sistema de algoritmos das redes sociais. Temas como a desigualdade social, racismo e equidade de gênero ficam de fora das composições comerciais, temas estes que estão diretamente vinculados às vivências de artistas independentes e periféricos. Promover a divulgação da música periférica é promover debates extremamente importantes, mas que são ignorados pela grande mídia como: a violência de gênero, principalmente contra as mulheres, violência contra as crianças, LGBTQI+fobia, desigualdade racial e a proteção ao meio ambiente. As músicas que vêm das periferias trazem essas temáticas como forma de resistência e combate a um cenário dominado por temas que alienam a população, partindo do princípio de que a música também é um forte canal de informação, comunicação e de transformação social.

Sabemos que nessa luta não estamos sozinhos, pois a música independente está crescendo e a periferia vem encontrando formas de inovar e de alcançar pessoas através de canais como o YouTube, festivais voltados à música periférica e lançamentos digitais em meio a uma indústria fonográfica que privilegia poucos artistas, com muito lucro para corporações.

Esses artistas precisam ser ouvidos! E suas histórias serão contadas! E é nesse cenário de contribuição e inovação que a plataforma CoMMúsica elabora seu principal objetivo: Ser um canal de interação entre artistas periféricos e independentes, democratizando o acesso à música.

Nossas hashtags são #conhecimentocompartilhado #ajudamutua #autogestao #meioambiente #expedicaocommusica

Assinam o Manifesto da Expedição CoMMúsica:
Dênio Patrik
Grívan Narvìg
Elizabeth Del Nero

Fonte: http://commusica.com.br/manifesto-da-expedicao-commusica/

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