Trans Horizontal #11

Trans Horizontal #11

Ao Ponto de Cru, de Gabriel Lelis

Trans Horizontal #11
Trans Horizontal #11 – Jairo Fará

Olá, queridos leitores da coluna Trans Horizontal. Essa semana trarei a apresentação do meu álbum de 2021, denominado Ao Ponto de Cru, escrita pelo meu amigo, Jairo Fará.

Jairo é Poeta e professor doutor da Universidade Federal de São João Del Rei. Semana que vem pretendo fazer uma matéria sobre ele, mas por enquanto, fiquem com esse texto que ele fez sobre meu trabalho autoral:

Um Grito Viajante
por Jairo Fará- Poeta e Professor da UFSJ

Um grito de revolta e uma viagem flutuante na boa música. Uma provocação, um solavanco para nos acordar e dizer que as coisas não vão bem, mas temos a arte e os nossos sonhos. Em “A Ponto de Cru”, em nove canções, Gabriel Lelis nos faz pensar e viajar, passando por diversos estilos, que vão do punk e da música experimental, até a moda de viola. Traz a mente algo muito usado pelo marketing na atualidade: “não é um disco, é uma experiência”.

Gabriel toma posições, clama por justiça. Denuncia os “tiranos”, nome de uma das canções, e acredita na “revolução”, título de outra. A questão social é bem presente. As injustiças do nosso país doem, incomodam, trazem indignação. Isso é materializado em canções intensas, que mexem nas feridas sociais, que pedem mudanças. Faz lembrar Torquato Neto que diz que um poeta não se faz com versos. É um trabalho que incendeia, como mostra a capa do CD. Não é o canto do desânimo, nem do ceticismo. É o canto de quem acredita na existência como algo importante. Um grito de revolta também é um grito de esperança.

Além disso, “A Ponto de Cru” é uma experiência sonora muito rica. Com arranjos sofisticados, algumas canções preferem seguir o caminho da experimentação, criando um clima psicológico, trazendo a sensação de flutuar e ser levado pelas melodias a uma viagem sensorial.

A obra foi produzida nos longos e angustiantes meses da pandemia de Covid-19. Não que esta seja sua temática. Nas entrelinhas, talvez podemos ver os dias difíceis passados, mas a obra vai além.

A pandemia acaba tirando os artista da vida social, o que acaba em favorecimento de boas criações. “Ao Ponto de Cru” é um exemplo disso. É provável que outras obras importantes estejam vindo nessa onda.

Isso faz lembrar a pandemia de Peste Bubônica, na Europa, no século XIV, que dizimou cerca da metade da população. Um tempo sombrio, mas que deixou grandes obras de arte, como o “Decamerão”, de Giovanni Boccaccio.


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