Vivendo de Música • O que nunca te falaram sobre música

Vivendo de Música • O que nunca te falaram sobre música

E chegou a estreia da nova coluna na Expedição CoMMúsica!! Luis Maldonalle, músico e escritor independente, além de diversas outras atividades, inicia sua viagem com Vivendo de Música.

Toda quarta-feira, um texto inédito sobre marketing musical para os independentes. Fique ligado!

Vivendo de Música • O que nunca te falaram sobre música

Eu penso que ninguém em sã consciência gostaria ou sequer se permitiria ser arrastado para um pântano e ter a vida provavelmente ceifada por algum momento obscuro de escolha ou imposição. Isso é fato. Porém, não é o que acontece na música. Boa parte das pessoas sabe do fim dessa história. Algo como uma malfadada estrada do erro. E mesmo assim são incansáveis na jornada. Sonham acordados, sacrificam momentos e projetam as mais incríveis situações mesmo que a recompensa à sua frente seja um queijo ardilosamente colocado em uma ratoeira.

Pra iniciar a minha coluna Vivendo de Música , eu decidi falar um pouco sobre o que ninguém diz. O quanto você pode entrar nesse pântano citado, por livre e espontânea vontade.

“A música não é pra todos”. Você já deve ter ouvido por aí. E, sinceramente, foi como se um sopro de vontade lhe inflasse o espírito. Talvez, quanto mais difícil, mais dentro e longe no pântano se vai.

Ego e autoestima andam de mãos dadas na sua formação musical. Plateias, elogios, necessidade e, enfim, a idolatria. Claro, o oposto também acontece, e com tanta ou maior frequência. Mas parece ser inútil!!

Há casos em que a pessoa, fragilizada pela ausência de qualidades em outras áreas, atrela todo e qualquer momento e possibilidade de aceitação ao instrumento. Tanto é, que todo mundo conhece alguém que longe do instrumento é como se estivesse nu. Na verdade, a musicalidade ou a linguagem artística deveria ser uma extensão do que você pensa, não o contrário.

Se você já deu alguns bons passos no pântano, sabe o quanto cada minuto a mais, pode decretar o fim de uma mudança, ou viver a vida de uma outra forma, sob outro holofote. Uma outra área enquanto a música seria um caminho paralelo.

Se você viu o surgimento das novas tecnologias, a moeda “tempo” valorizar mais e mais, você também sabe que os motivos e ganchos dos músicos de hoje são bem diferentes de vinte ou trinta anos atrás. A imagem, o marketing, a gestão e a condução de sua carreira. Entender SEO, Google ads, algoritmos e código Java parecem um pouco além para quem queria apenas ser o “rock Star “ da família.

O mercado muda rápido o suficiente para que você não absorva muita coisa a curto prazo. As contas se acumulam e a capa da Guitar Player parece cada vez mais distante. Seja sincero; o que faz você continuar?! A maioria sabe a resposta, mesmo que ela tenha sentidos diferentes para cada um. Mesmo assim continuamos atrelado ao vórtex da música. Incansáveis. Obstinados.

Se encararmos a música como um pacote extra de recursos, a tônica de se expressar seria um degrau a mais próximo ao intangível, o sublime e o divino. Mas ao contrário disso, o que vemos são lacunas de momentos de tensão. Autoestimas arranhadas após uma noite ruim, ou processos somatizados levados às últimas consequências. Mas no final é apenas música!!

A cruel necessidade de ser bom, o estigma e o medo abissal de não ser o que se espera, é quase sempre um artifício da mente. Um escudo que mantém artistas, seus egos e autoestima miseráveis, em pontos de ruptura. Tudo isso, afim de esconder verdades.

É necessário desligar todos recursos e travas de segurança. Mesmo que por um mísero segundo. Entender que música é oposto de medo, insegurança e sofrimento. Acreditar na capacidade, nas notas e a música na sua cabeça, nos sons antes mesmo da primeira nota soar, pode ser o primeiro degrau do seu muro de tijolos contra a própria tirania criada pela sua mente.

Só acreditar, pode não fazer de você o músico/artista que você espera, mas a confiança e atitude positiva, assim como o trabalho árduo, pode fazer com que você siga no caminho certo por muito mais tempo.

Uma dica final

Como dica final, eu diria que boa parte dos músicos começam pulando etapas cruciais no desenvolvimento de suas habilidades. Por ordem natural, partes complexas vem depois do que é básico. Então, faça o certo. Dedique-se ao básico. Tenha um bom chão como estrutura e aí sim, você estará apto pra voos maiores.

Ouça música, não pense só no seu instrumento. Trabalhe em prol da canção. Ouça o que toca com atenção, mas não autoflagele -se. Entenda as críticas. Escute pessoas experientes. Não crie atalhos nem pense por um só minuto que você é especial. Cobre menos divirta-se mais. Nem sempre é sobre técnica ou autoafirmação. E por último mas não menos importante; a música é maior do que qualquer processo acadêmico existente. Seja honesto e trabalhe duro.

Milhares de pessoas cultivam a música; poucas, porém, tem a revelação dessa grande arte. (Ludwig Van Beethoven).

Trecho do livro Mindset Guitar, de Luís Maldonalle, disponível na Amazon

Vivendo de Música • O que nunca te falaram sobre música, texto de Luis Maldonalle

Abs.
L.M


Manifesto da Expedição CoMMúsica

Author: Maldonalle

Luís Maldonalle é guitarrista há trinta anos e é e considerado um dos grandes expoentes da cena do Centro-Oeste. Atualmente se dedica ao conteúdo via redes e o Tributo Yngwie Malmsteen. Luís sempre foi um aficionado das clássicas histórias de terror e literatura fantástica. O seu livro, Sete Noites em Claro, é a estreia dele no universo do terror e fantasia. Para mais informações visite : https://www.paypal.com/donate?hosted_button_id=M83EX6BSSVXS4

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